quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Surgimento do Liberalismo

Com a Modernidade surge uma nova concepção de justiça. O justo não mais está vinculado à ideia comunitarista de bem comum, mas ao direito individual. O liberalismo altera a preocupação da comunidade para o indivíduo.
Isto é fruto de mudanças sociais, políticas, econômicas e científicas. Pensadores dos séculos XV, XVI e XVII jogam por terra a metafísica aristotélica que predominou intacta por dois mil anos, sobretudo por influência do cristianismo. São nomes importantes dessa fase Copérnico, Kepler e, principalmente, Galileu que desmistifica a ideia de que a Terra era o centro do universo.
A Europa, após um longo período marcado pelo obscurantismo medieval, passa por um ressurgimento iluminado. Com as grandes navegações descobre-se que, além da Terra ser redonda, também a Europa não estava no centro do mundo. Em outras terras os europeus descobriram novas tecnologias como pólvora e bússola.
Com a Reforma Protestante, Lutero quebra a hegemonia da Igreja Católica Apostólica Romana que deixa de ser o centro da Europa. Lutero apregoava que todos deveriam ser iguais e interpretar as escrituras. Sem uma palavra hegemônica, o Estado ganha importância, possibilitando a invenção do Direito Internacional por Grotius para resolver conflitos entre Estados Nacionais, já que a autoridade da Igreja já não mais era aceita.
Com isso, abre caminho para a valorização do homem, já que não há mais centros (referências) que orientem a vida. E como não é possível viver sem centros, cada homem converte-se em seu próprio centro. O homem não "é" mais, ele "tem". O importante é demonstrar riqueza, sem preocupação com as virtudes internas.

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